O começo da minha história com o triathlon
Tentarei ser objetiva, apesar da
história ser longa, pois gostaria que ficasse muito bem registrado em como você
pode realizar os seus sonhos, independente do tamanho que eles tenham. Minha história
de amor com o triathlon só começou, porque um dia me apaixonei pelas corridas
de rua, mas outro dia contarei como isso aconteceu. Quero falar do tri hoje.
Coloquei na minha cabeça em agosto de 2007 que um dia ia fazer triathlon,
quando retornei de um período de pós-doc nos Estados Unidos; voltei para o
Brasil com sobrepeso, mas com a ideia de retornar as pistas e decidida a me
aventurar nesta nova modalidade. Encontrei uma equipe e por quase 1 ano, nutri
uma vontade gigante de nadar, pedalar e correr. Fui para a piscina, comprei uma
bike speed usada, calcei o tênis, perdi peso, cheguei até a fazer 1 ou 2
corridas curtas com tempos razoáveis. Consegui treinar alguma coisa das 3
modalidades, mas infelizmente minha vida naquele momento não me permitiu dar
continuidade, precisava de tempo, disciplina, organização e algum recurso
financeiro. Para não me frustrar, decidi abrir mão e sempre dizia que um dia,
nem que fosse aos 60 anos, faria uma prova de triathlon. Acabei por anos
ficando nas corridas de rua, mas sempre buscando por desafios, com pouca
disciplina eu diria, mas fazendo algumas provas e treinando da maneira que
conseguia. Por anos, guardei dentro de mim a vontade de praticar triathlon, sem
deixar que ela passasse.
Em 2014 foi minha estreia na maratona em julho. Após a maratona, o projeto era seguir com corridas de rua e aumentando o volume. No entanto, a preparação para essa prova e o desafio de fazer 42km trouxe um prejuízo grande para o meu corpo. Sempre digo que fiz sanduiche de maratona, isto é, lesão+maratona+lesão. Após a Maratona do RJ, a prova seguinte era de 8 km numa das etapas da Athenas e a ideia era fazer tempo e melhorar muito meu pace de prova. Fui para essa prova com uma dor forte no piriforme. Mesmo com ela, fiz meu melhor tempo em prova. Mas da prova em diante, a dor foi aumentando, até chegar ao ponto que já não conseguia mais correr; nesse momento, ela começava no piriforme (um músculo da região do quadril e que anatomicamente está próximo do nervo ciático) e irradiava até o joelho. Quando procurei o ortopedista e minha fisioterapeuta, a inflamação do piriforme era tão intensa que pressionava o nervo ciático, o que fazia com que a dor irradiasse por toda a perna. Não conseguia correr e afetava também o simples ato de andar no dia-a-dia. Na primeira sessão com a Paula cheguei a conclusão que o tratamento ia ser longo. E foi, só consegui voltar a correr em dezembro. Foi um período muito difícil, porque vinha de uma rotina de treinamento puxado e intenso devido a maratona e reduzi o volume de corrida me fez ficar super ansiosa. Tive que buscar novas alternativas de esporte para canalizar minha energia. Nando me apresentou a canoa havaiana, além de intensificar a minha preparação física no studio. A ideia era encontrar esportes alternativos que me mantivessem em atividade aeróbica para não perder o condicionamento físico. Por um mês fui remar com a galera da Niterói Hoe, um dos clubes de canoa havaiana que temos aqui em Niterói. Remava 3x por semana começando às 5h30 da manhã e me apaixonei. Ele e Paula também me mandaram nadar. Tentei em setembro, mas comecei de fato em outubro. Logo após a maratona, já tinha decidido consertar a bike que estava abandonada e usá-la como preparação para o desafio de janeiro de 2015, que por sinal, tive que cancelar (Desafio do Dunga nos Estados Unidos). Neste momento retomei duas amizades que a corrida trouxe para a minha vida e que estavam distantes por vários motivos. Rodrigo e Gláucio surgiram nem sei exatamente como; só me lembro deles me chamando para conhecer um grupo que se reunia todos os sábados para nadar no mar, em Itaipu ou Camboinhas, dependendo das condições, sob a orientação de dois professores de educação física especializados em natação e maratonas aquáticas. No final de outubro entrei em contato com o Bruno Ribeiro, um dos responsáveis pela BrunoTreinos, e no começo de novembro fui ao primeiro treino. Nossa, que dificuldade, que medo, que diferente.... nem sei bem dizer como consegui, foi difícil demais, ainda mais que no meu primeiro dia, o mar não estava para peixe; Camboinhas muito agitada neste dia. Em novembro comecei a pensar no triathlon. Bike consertada, viajei para o interior do ES e a levei comigo; foi o primeiro treino na estrada. Natação em águas abertas, fui atrás de uma roupa de borracha, interação com outras pessoas. Fui chamada para correr numa prova de biathlon em revezamento; uma colega de assessoria, a Chris me chamou para correr para ela. Por sinal, ela foi uma das inspirações para eu entrar de vez para o mundo das maratonas aquáticas. Percebi que para evoluir na natação precisava melhorar em muito minha técnica, então não podia treinar com qualquer pessoa. Foi então que decidi ir nadar com o Bruno na Academia ATP; a piscina de 25 m havia sido reformada e estava bem legal. Em novembro comecei com ele e nos primeiros treinos perguntei se eu teria condições de fazer o beach biathlon na última etapa do Rei e Rainha do Mar em dezembro. Ele disse sim e se prontificou a nadar comigo. Resolvi encarar e não foi nada fácil, com ele ao meu lado superei meu maior momento de medo até hoje na escolha por me entregar a uma atividade física. Achei que depois daquela prova desistiria do triathlon, mas fui me fortalecendo, treinando mais, a corrida voltou a encaixar e tudo indicava que 2015 começaria com novos desafios.
De fato.... terminei dezembro de 2014 decidida que 2015 seria o ano dedicado ao triathlon. Me entreguei de corpo e alma, totalmente decidida a mudar minha rotina, a ser ainda mais disciplinada para encaixar no dia-a-dia os treinos nas três modalidades. E não me arrependo em absolutamente nada; ele foi importante para mudar tudo na minha vida.
(Primeira foto Corrida do Rio Antigo, dezembro de 2014. Segundo conjunto de fotos, última etapa do Rei e Rainha do Mar, também em dezembro de 2014)
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